Larissa Magrisso/Terra |
Caetano canta para o filho Tom uma versão lenta do sucesso Cachaça, de Timbalada |
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De volta ao Carnaval de Salvador após dois anos afastado (em 2005 foi para o Rio e, em 2006, para o Recife), Caetano Veloso "se jogou" em 2007. Puxando o trio independente Ó Paí, Ó, ele cantou com o ator Lázaro Ramos e com o baiano Jauperi. Como folião, pulou no chão com o Cortejo Afro e o Pipocão de Carlinhos Brown. Dos camarotes, admirou o swing de Luís Caldas e a música do Psirico, banda que estourou no Carnaval de 2003 com uma mistura de pagode, axé e muita percussão. E na noite de terça-feira, ainda planejava acompanhar a batida eletrônica do DJ inglês Fatboy Slim e o Ilê Ayê.
Veja Caetano no trio elétrico!
Confira o vídeo: Lázaro Ramos canta com Caetano
Lázaro Ramos canta sucesso de Ivete com Caetano
Confira as letras de Caetano
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O agito dos trios divide a atenção de Caetano com o filme Ó Paí, Ó, dirigido por Monique Gardenberg. O cantor tem duas músicas na trilha sonora, assinada por Davi Moraes e Betão Aguiar. É a realização de um projeto antigo: nos anos 90, ele assistiu à peça homônima, do Bando do Teatro Olodum, e teve a idéia de levar o texto às telas. Começou o roteiro e tinha o objetivo de dirigir, mas desistiu com problemas na produção. "Uns americanos se ofereceram para ajudar, mas acabaram atrapalhando. Os americanos são uns chatos", disse.
Misturando comédia e drama, o filme conta a história de moradores de um cortiço no Pelourinho no último dia de Carnaval. Lázaro Ramos, Wagner Moura e Emanuelle Araújo estão no elenco. O trio Ó Paí, Ó, que animou o circuito Barra-Ondina com a música de mesmo nome, surgiu para divulgar o filme, com estréia nacional marcada para o dia 30 de março. Mas o ponto alto do show foi a participação do ator Lázaro Ramos, que dividiu com Caetano os vocais de Vem meu Amor. Lázaro canta o sucesso de Ivete Sangalo no filme. "Ó Paí, Ó é quase um musical. Mistura Olodum, Jauperi e Calypso", disse.
Leia, a seguir, trecho da entrevista concedida por Caetano Veloso em sua casa, com vista para a praia do Rio Vermelho:
Hoje você pensa mais em música ou em cinema?
Olha, penso mais em literatura (risos). Na verdade eu penso em tudo, mas cinema envolve muitas coisas. Música é só sentar, pegar o violão e pronto.
Quem é mais gostosa: Ivete Sangalo ou Cláudia Leitte?
Puxa vida, tenho que experimentar para responder!
E quem é a musa do Carnaval?
Varia, o Carnaval está cheio de musas. Desfilei com o Cortejo Afro, na pipoca da pipoca. Vi uma menina magrinha, alta, preta, de uns 16 anos. Tinha muita elegância. Pra mim, ela é a musa do Carnaval. Assim que eu gosto.
O que é o céu e o inferno no Carnaval de Salvador?
O céu é pular no meio de uma pipoca (trio sem cordas em que não é preciso abadá) grande, com um trio bom. Chega uma hora em que parece que você não é mais ninguém. Olhar de cima de um camarote também é muito bonito. Ver todo mundo misteriosamente misturado. O inferno é quando passa um bloco com mais homens em que a violência faz parte da brincadeira. É um pessoal que gosta de dar e levar porrada, e de repente se forma uma briga maior. Essa violência organizada é perigosa.
Que atrações você destaca no Carnaval de 2007?
Nunca vi um swing mais maravilhoso que o de Luís Caldas. Ele sempre foi muito bom, mas neste ano se superou. Também gostei do Psirico, que faz uma performance-art, mistura música eletrônica, uma colagem. É o verdadeiro trio pagode-cubista.
Caetano encerra cantando para o filho Tom uma versão lenta e romântica do hit Cachaça, da Timbalada. "Essa música não dá pra tirar da cabeça."
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