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Terça, 20 de fevereiro de 2007, 09h29 
PE: Noite dos Tambores Silenciosos emociona o público
 
Vládia Lima/Divulgação
Cerimônia revive tradição de mais de três séculos
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A Noite dos Tambores Silenciosos, ritual religioso em louvor a Nossa Senhora e em honra dos antepassados do povo negro, emocionou os presentes no Pátio do Terço, no bairro de São José, no Recife, na noite desta segunda-feira.

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O misto de cerimônia e festa foi comandado por dezenas de maracatus Nação (ou baque-virado) da capital e da região metropolitana de Recife. A tradicional noite, que ocorre desde 1968, é uma das principais atrações do Carnaval Multicultural.

A cerimônia revive uma tradição de mais de três séculos, quando negros escravizados pediam proteção à santa na tentativa de amenizar as dores do cativeiro.

Tendo como cenário o largo em frente à Igreja de Nossa Senhora do Terço, brincantes de 22 nações seculares e de outras fundadas recentemente ecoaram seus tambores, numa referência discreta e respeitosa aos orixás e a todos os escravos que sucumbiram.

À meia-noite em ponto, com todas as luzes apagadas e iluminação de candeeiros, os tambores silenciaram para acompanhar o ritual, conduzido pelo babalorixá pai Raminho de Oxossi, de 64 anos, do terreiro de Oxum Opará, que também preside o afoxé Povo de Odé, com sede em Olinda.

A cerimônia foi acompanhada pelo prefeito João Paulo e diversos artistas locais e nacionais, como Fafá de Belém, Zé Renato, Lenine e Silvério Pessoa, além de diversas lideranças ligadas ao movimento negro pernambucano.

"É muito bonito ver tantos batuqueiros de tantas nações diferentes se reunirem aqui para reverenciar Nossa Senhora e homenagear seus antepassados. É uma prova de que a cultura e a religiosidade do povo negro em nosso estado continuam vivas", ressaltou a socióloga Maria do Carmo Santos.

Olhar vidrado no palco, terço numa mão e estátua de Iemanjá na outra, a costureira Maria Lúcia de Oliveira veio de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, especialmente para acompanhar o evento. "Quase perdi um filho, mas Nossa Senhora não deixou. Por isso, sempre acompanho a festa do Morro da Conceição, em dezembro, e essa festa aqui no Terço", explicou.
 

Redação Terra