Fale conosco
Sites relacionados
Salvador
Segunda, 19 de fevereiro de 2007, 18h17  Atualizada às 19h04
Ambulantes dormem nas ruas de Salvador para economizar
 
Alexsandra Bentemuller
Direto de Salvador
 
Reinaldo Marques/Terra
Lucimar Machado dos Santos dorme com a família em uma barraca montada na Barra-Ondina
Lucimar Machado dos Santos dorme com a família em uma barraca montada na Barra-Ondina
 Últimas de Salvador
» Meryl Streep ganha flor, presente e beijo no Festival de Berlim
» Ivete desce do trio e canta com a galera no Arrastão
» Nívea Stelmann curte o Carnaval no bloco Ara Ketu
» Bahia tem dia de Sapucaí com escola de samba do Rio
Busca
Busque outras notícias no Terra:
Enquanto milhares de pessoas curtem o Carnaval de Salvador nos blocos e camarotes, muita gente precisa aproveitar os dias de folia para trabalhar. Os vendedores ambulantes se instalam com toda a família pelas ruas próximas aos circuitos por onde passam os trios, dormindo nas calçadas para guardar o lugar e economizar o dinheiro do transporte. Muitos já chegaram na quinta-feira (15) e só voltam para casa na quarta-feira de Cinzas.

Veja as fotos
Mande sua foto da folia!

"Não compensa, a gente gasta muito com a condução. Aqui, a vida é muito difícil. Mesmo assim, é melhor do que trabalhar para barão", disse o ambulante Lucivan de Jesus Santos, 25 anos. Nas calçadas dos circuitos Barra-Ondina ou Campo Grande, eles vendem churrasquinhos, cachorro-quente, cerveja e água mineral. Muitos levam os filhos, a maioria menores de idade, para ajudar na tarefa. "Temos que vender tudo. Não dá para fazer corpo mole. Não queremos prejuízo", afirmou Edson Domingo Santos, 38 anos, acompanhado da mulher, Indiara Silva Santos, 35, e dos seis filhos.

Nas imediações dos circuitos, é comum ver papelões, travesseiros, lençóis e mochilas espalhados ao lado do carrinho de vendas para que todos possam dormir.

"Dói muito o corpo, mas não tenho escolha. Preciso pagar minhas dívidas", disse Juciara Freitas dos Santos, 21. Ela dorme embaixo de um guarda-sol com o marido, Jadson Conceição Nunes, 17, em frente ao camarote da Daniela Mercury. "Vale a pena sim. O baiano é muito trabalhador", disse o jovem.

Acompanhada da filha Kellyana, 2 anos, Lucimar Machado dos Santos 27, diz que não tem medo de dormir na rua. "É o jeito. Tive que trazer a criança porque ela ainda mama", disse.

Também é na rua que eles comem e fazem suas necessidades. Geralmente, trazem comida pronta de casa e usam os sanitários químicos, instalados nos bairros. "Tomo banho por R$ 1. É um preço bom", diz Luzia Maria dos Santos, 29 anos.

Segundo a Secretaria Municipal de Articulação e Promoção da Cidadania (Semap), as taxas de inscrição que os ambulantes pagam pelo espaço público variam entre R$ 24 para isopor, R$ 30 para carrinhos e até R$ 200 para a colocação de trailers.
 

Redação Terra