Fale conosco
Sites relacionados
Rio de Janeiro
Domingo, 18 de fevereiro de 2007, 14h48 
Beth Carvalho será homenageada por blocos de rua
 
 Últimas de Rio de Janeiro
» CORREÇÃO: Beija-Flor conquista quarto título no século XXI
» Grazi Massafera previu queda na Sapucaí
» Piovani vira diabinha em camarote no Rio
» Beija-Flor exibe sua supremacia no desfile das campeãs
Busca
Busque outras notícias no Terra:
Se o samba carioca tivesse que eleger uma cantora como representante, provavelmente seria Beth Carvalho, que hoje, pela primeira vez em muitos anos, não defilará pela Estação Primeira de Mangueira, sua escola de coração.

Mande sua foto da folia!

Além de ter chegado a um ponto de sua carreira de 41 anos com sucesso de público e de crítica, Beth sintetiza diversos tipos de samba e de Carnaval. Não é à toa que Beth é conhecida como "Madrinha do Samba".

Esse título também dá nome a um de seus discos, concebido em CD e DVD e gravado em 2004: A Madrinha do Samba ao Vivo Convida. Este ano, ela vai lançar o DVD Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia, com clássicos do ritmo na terra de Dorival Caymmi.

"Sou uma sambista. Minha ligação com o morro, especialmente com a Mangueira, foi decisiva na hora de escolher meu estilo musical e de ser fiel ao samba sempre", define.

Durante anos Beth desfilou tranqüilamente entre blocos e Escolas de Samba. Co-fundadora do Concentra Mas Não Sai, ela é madrinha de vários blocos que freqüenta. Neste ano, o Nem Muda Nem Sai de Cima rende homenagem à cantora no enredo. E outros como o Cacique de Ramos e o Bafo da Onça têm um carinho especial pela cavaquinista.

No caso do Cacique de Ramos, ser madrinha realmente não é da boca para fora. Beth conheceu esse bloco quando era criança, na época em que sua mãe a levava para o Carnaval de Rua e alugava uma caixa para ela enxergar a festa, já que não tinha camarote. Anos depois, revelaria vários compositores de peso que freqüentavam o Cacique.

"Quando voltei ao Cacique, já como a cantora Beth Carvalho, ele estava decadente. No ano em que gravei Vou Festejar, parceria de Jorge Aragão, ele levou cinco mil pessoas pro desfile e isso ajudou a reerguê-lo, junto com as gravações que fiz do Zeca Pagodinho e do Fundo de Quintal, além de Coisinha do Pai, de Aragão, que seria tocada em 1997 por um robô da Nasa em Marte", conta.

Beth também declara seu amor pelo Bafo da Onça. "Tenho o maior carinho pelo Bafo, bloco em que sempre desfilava na minha adolescência."

Para a dona da voz que imortalizou canções de Cartola e de Nelson Cavaquinho, o Carnaval de Rua do Rio tem perdido apoio das autoridades para uma festa mais comercial no Sambódrom.

"O carnaval de bloco se revitalizou, mas ainda está precário. É tudo para o desfile das Escolas de Samba na Sapucaí, com preços de ingressos que excluem o povo, e nada para os blocos da Rio Branco, que deveriam cultivar mais a tradição das fantasias. A Sapucaí se tornou um carnaval de celebridades. Até os passistas hoje saem juntos atrás do carro de som, respirando monóxido de carbono. Antes cada ala tinha seu passista como destaque", completa.

Críticas à parte, Beth recomenda aos foliões que conheçam o Carnaval do Rio. "É o maior espetáculo da Terra."
 

JB Online