| Robson Fernandjes/Agência Estado |
Dercy Gonçalves foi um dos destaques da Nenê de Vila Matilde |
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A Nenê de Vila Matilde encerrou o primeiro dia de desfiles no sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Com o tema "A águia radiante com o pioneiro das comunicações: João Jorge Saad - 70 anos de conquistas e realizações", a escola homenageou o fundador da rede Bandeirantes. Antes de entrar na avenida, a agremiação enfrentou problemas - um integrante abandonou a bateria e outros discutiram com os bombeiros.
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A poucos minutos de começar o desfile da Nenê de Vila Matilde, membros da harmonia da escola discutiram com os bombeiros que comandavam o guindaste que transporta os destaques para os carros alegóricos. Os integrantes da escola que ainda não haviam sido colocados nos carros reclamaram de demora e de confusão por parte dos bombeiros.
O grande número de pessoas nos carros alegóricos da Nenê de Vila Matilde criou dificuldades para a organização. A escola levou o veículo às pressas para a avenida, causando tumulto na concentração.
Discussão na bateria
Além disso, um integrante da bateria ficou revoltado com uma bronca dada por um dos mestres e abandonou a concentração minutos antes do início do desfile da escola.
Alguns integrantes ainda tentaram fazê-lo mudar de idéia; entretanto, o homem, que toca surdo, tirou a parte de cima da fantasia e saiu em direção ao fim da concentração, visivelmente irritado.
Alegorias
Um dos carros alegóricos da agremiação, o quarto a entrar na avenida pela escola, homenageou o início da TV e teve como destaque a veterana Dercy Gonçalves.
O carro "Uma Máquina de Fazer Sucessos", com os apresentadores da Bandeirantes Luize Altenhofen, Leão Lobo, Raul Gil e Gilberto Barros, foi o que mais empolgou o público, que acenava e gritava para os artistas.
A Nenê de Vila Matilde trouxe ainda um carro com cinco travestis. Em seu interior, um estúdio de rádio transmitiu ao vivo o desfile da escola.
Tradição
O carnavalesco André Machado apostou na tradição da escola. Tanto que todas as alas da escola vieram nas cores azul e branco da Nenê.
Aos 84 anos, Alberto Alves da Silva desfilava no carro abre-alas da mais tradicional escola de samba de São Paulo. Mas ele não é apenas mais um folião, é nada menos que o próprio Nenê, fundador da agremiação.
"Quando (a escola) foi fundada, pensei que ia ficar só naquele Carnaval", disse ele. Isso foi em 1949. Em cima do carro, já no meio da avenida, Nenê pareceu incomodado com a paralisação de seu veículo para que a comissão de frente pudesse dançar. Deu instruções a um coordenador para que andassem. Andaram, mas apenas alguns metros.
Nenê se gaba das conquistas do passado. "Ganhamos em São Paulo e fomos desfilar no Rio", disse, referindo-se a 1985, ano em que a escola venceu em sua cidade e foi convidada a desfilar com as primeiras colocadas do Rio de Janeiro, Mocidade Independente de Padre Miguel e Beija-Flor.
Otimismo
"Seu Nenê" acredita nas chances de vencer o Carnval deste ano, o que não acontece desde 2001.
"Todo mundo tem chances de ganhar", disse. A ex-carnavalesca Maria Aparecida Urbano, agora comentarista do evento, concorda com ele. "Não existe enredo fraco, só a forma como é contado. O jurado tem que entender", disse. "A Nenê está muito bem colocada."
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