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Sexta, 16 de fevereiro de 2007, 11h59 
Estrangeiros se preparam para desfilar no Sambódromo
 
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O grito de guerra do puxador de samba ecoa na madrugada, fogos explodem, a bateria começa a tocar e 4 mil pessoas avançam sob os holofotes da avenida. Para esses turistas, só assistir ao espetáculo não basta - eles têm de fazer parte dele.

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"É uma experiência única na vida", disse Kirsi Salo, 28, de Helsinque, que já desfilou com amigos na escola de samba Porto da Pedra, no Rio de Janeiro.

Apesar da violência na cidade, a segurança dentro do Sambódromo é reforçada e o medo não afastou os turistas.

A Finlândia é o segundo país com mais escolas de samba fora do Brasil, e todo mês de junho há desfiles em Helsinque. O Japão é o país com mais escolas, tirando o Brasil.

Alguns estrangeiros conseguiram sair na bateria. "Venho treinando bastante com a bateria da Vila Isabel ... Eles são ótimos", disse Mashu Miyazawa, 36, de Tóquio. Ele contou que um amigo brasileiro que fundou uma escola de samba em Tóquio o ensinou a tocar a caixa de guerra.

Mais de 80% dos integrantes da Unidos de Vila Isabel são moradores locais, que ganham a fantasia de graça. O restante, a maioria brasileiros, paga entre R$ 300 e R$ 800.

"Está ficando bem caro, mas vale a pena", disse Anne Laure Tourvieille, 41, que vai desfilar com amigos pelo segundo ano seguido.

As fantasias dos destaques podem chegar a R$ 4,5 mil. Mas, como se sabe, quanto mais minúscula a fantasia, mais atenção ela chama.

Dá para comprar a fantasia pela Internet. As 13 escolas da liga principal têm seu website próprio com fotos das fantasias de cada ala. E nem é preciso falar português para navegar nas páginas.

O inglês Mark Carter vai desfilar pela primeira vez, no dia de seu 39o aniversário, na segunda-feira, pelo Salgueiro. "Preferimos isso a um jantar com amigos e uns drinques", disse ele.

Apesar de ter pago cerca de R$ 600 por sua fantasia com motivos africanos, ele disse que o gasto foi menor que com o ingresso do camarote, no ano passado.

Vanica Royster, que está organizando um grupo de 25 pessoas da American Society que vai sair no Salgueiro, disse que não é preciso ser especialista em samba, basta seguir o ritmo. "Vá lá, seja feliz, cante mesmo que não saiba a letra."

Algumas escolas são mais flexíveis que outras para aceitar estrangeiros, que podem comprometer o quesito evolução. "Distribuímos os estrangeiros nas alas para que eles passem despercebidos pelos jurados", disse Jean Claudio, da Vila Isabel, acrescentando que a maioria deles não participa de nenhum ensaio.

Mas os finlandeses dizem que se preparam. "Não falamos português, mas compramos o CD e aprendemos o samba-enredo na praia", contou Kirsi Salo.
 

Reuters

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