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Salvador
Sexta, 16 de fevereiro de 2007, 14h58  Atualizada às 03h56
"Não entendo esse amor dos fãs por mim", diz Cláudia Leitte
 
Alexsandra Bentemuller
Direto de Salvador
 
Antonio Reis/Especial para Terra
Cláudia Leitte durante apresentação do Babado Novo no Festival de Verão de Salvador 2007
Cláudia Leitte durante apresentação do Babado Novo no Festival de Verão de Salvador 2007
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Uma das musas da folia de Salvador, Cláudia Leitte, 26 anos, do Babado Novo, não está convencida do enorme carisma que tem com o público no País. "Não entendo muito esse amor que os fãs sentem por mim", falou em entrevista exclusiva ao Terra, por e-mail, na abertura da folia baiana.

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Eclética em seu repertório, a cantora quer este ano preservar as suas raízes com o axé. "Se não me policiar, fujo demais do axé. Acabo tocando um monte de coisas que não tem nada a ver com o axé. E na música baiana, se o público não está respondendo, há algo de bizarro no reino na folia", disse. "Tenho muito orgulho de ter vivido em Salvador. Vim pra cá com cinco dias de nascida. Nasci no Rio de Janeiro", acrescentou.

Cláudia Leitte regravou músicas em inglês como D'yer maker (Led Zeppelin), Games people play (Inner Circle) e Never can say goodbye (The Jackson Five), entre outras. Este ano, ela investe em Stay, reggae que leva sua assinatura. A canção faz parte do novo álbum do Babado Novo, Ver-te Mar, que será lançado no próximo mês.

Ver-te incluiu também uma versão ao vivo de Amantes cinzas, canção de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, gravada originalmente pelo baiano para o disco Omelete man (1998).

Nesta sexta-feira, Cláudia Leitte comanda, a partir das 19h30, o bloco Eu Vou no circuito Barra-Ondina. "Salvador tem a melhor e maior festa de rua do mundo. Posso fazer o mesmo repertório um milhão de vezes. É sempre emocionante e diferente", garantiu.

Leia a seguir a entrevista com a cantora:

Quais são as novidades do Carnaval em 2007?
Este ano, vamos enfatizar o refrão da música Insolação do Coração, nossa música de trabalho. Domingo, segunda e terça-feira, vamos desfilar no bloco Eu Vou. Depois, estaremos no Baile do Bloco Parado, uma festa beneficente organizada por Carlinhos Brown.

Como você classificaria o Carnaval de Salvador?
A melhor e maior festa de rua do mundo.

Como você se prepara para a maratona da folia?
Intensifico a malhação, fonoterapia e faço repouso vocal. Bebo muita água e sigo uma dieta especial.

Em sua opinião, o Carnaval é uma festa sem limites?
Definitivamente. Acredito que a música carnavalesca vai invadir o mundo. É envolvente e alegre. Não tem limites.

Você acha que o artista tem uma função social no Carnaval?
O Carnaval por si já exerce uma função social. Independentemente de quem esteja se apresentando, do tipo de música que estejam executando, a festa é responsável por fazer pessoas de idades, crenças, classes sociais, sexos e raças diferentes estarem juntas dividindo o mesmo espaço. Em cima do trio, não é só entretenimento. Também dividimos palavras e atitudes relevantes. Temos consciência de que o Carnaval é muito importante para a economia da Bahia e do Brasil. É uma festa que atrai turistas de todo o mundo, gera emprego e lança campanhas publicitárias importantes. O Carnaval faz de mim e dos meus colegas, artistas com responsabilidades.

Você tem consciência do seu enorme carisma com o público?
Às vezes, me questiono bastante sobre isso. Não entendo muito esse amor que sentem por mim. Sei que gosto de senti-lo. Isso é suficiente. Não quero entendê-lo.

Você ainda fica insegura se agrada o público?
O carinho me assusta e agrada ao mesmo tempo. Não sou diferente de ninguém. Mas eu já consigo aceitá-lo com mais facilidade. Tenho muita fé em Deus. Creio que esse amor venha por um motivo especial, mas não pelo fato de eu ser especial. Me preocupo em fazer um repertório bom para o público. Sou fiel a ele.

Você é muito exigente com seu trabalho?
Sim. Se não me policiar, fujo demais do axé. Acabo tocando um monte de coisas que não tem nada a ver com o axé. E na música baiana, se o público não está respondendo, há algo de bizarro no reino na folia.

A opinião dos outros sobre seu trabalho importa?
Importa, mas desde que seja positiva. Caso contrário, abstraio e, se puder, não faço a mínima questão de saber.

Você está mais magra. Faz regime?
Nunca fiz regimes. Sempre fui feliz com meu corpo. Hoje, evito frituras e alimentos gordurosos porque me faz sentir melhor, principalmente por causa do meu trabalho.

O que provoca medo, tesão e emoção em você?
Sinto medo do que está para acontecer com o mundo. A natureza está revoltada com a humanidade e nós não estamos nos dando conta disso. Agora, inteligência e delicadeza me dão tesão. E sinto muita emoção ao cantar. Posso fazer o mesmo repertório um milhão de vezes. É sempre emocionante e diferente.

Qual é seu futuro?
Pergunta para Deus (risos). Só sei que vou ser feliz.

Você tem medo de ficar velha?
Não. Quero ficar igual a minha avó Nizuka. Ela é fofa cantando, fazendo doces para os netos. É uma avó muito amada pelos netos. E cheia de amor para dar.

Qual é a maior cantora e/ou cantor de Salvador no momento?
Minha avó é a melhor cantora. E meu tio é o melhor cantor. Que coisa feia, né? (risos)

Você se considera uma pessoa "normal" ou "maluquinha"?
Não tenho medo de nada. Digo que faço, o que quero e corro atrás. Às vezes, me jogo de qualquer altura. Mas isso não me faz uma pessoa maluquinha. Sou uma gatinha (risos). Para viver pulando é preciso ter sete vidas (risos).

Em quais situações você seria infeliz?
Se não tivesse Deus comigo. Não teria o amor presente em minha vida. Eu seria vazia. Seria infeliz.

Quais são seus planos após o Carnaval?
Espero ficar de férias por, pelo menos, uma semana para sair de lua-de-mel. Vou trabalhar bastante este ano.
 

Redação Terra