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Quinta, 15 de fevereiro de 2007, 12h50  Atualizada às 20h26
Carnaval de SP "pune" torcida com título antecipado
 
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Após dois anos de acusações, brigas judiciais e do rebaixamento da corintiana Gaviões da Fiel, os desfiles das escolas de samba do Carnaval paulistano voltam a ser atravessados pelo futebol.

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A confusão veio depois de a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liessp) surpreender e manter no regulamento uma separação de competições - uma apenas para escolas vinculadas a torcidas organizadas e outra para as que têm reduto em bairros da capital, tidas como tradicionais.

O inusitado é que a Mancha Verde, ligada à torcida palmeirense, é a única escola do tipo que desfilará com as demais do Grupo Especial. Por isso, já é campeã antecipada.

As outras que poderiam concorrer na categoria - a Gaviões da Fiel e a são-paulina Dragões da Real - estarão no Grupo de Acesso, sem título específico para escolas ligadas a torcidas, mas com chances de passar à elite do Carnaval paulistano e de ampliar a confusão no ano que vem.

"Se eu disser que estamos felizes, estou mentindo. Mas a briga jurídica ia desgastar de novo a entidade, nunca se sabe direito o que vai acontecer. Dos males, o menor", afirmou o presidente da Mancha Verde, Paulo Serdan.

"Pelo menos já estamos garantidos no desfile das campeãs, e quem compra as nossas fantasias já sabe que vai ter chance de desfilar mais de uma vez", acrescentou. separação, prevista há anos no regulamento, serve para o caso de duas esportivas figurarem na elite do Carnaval paulistano, como aconteceu em 2006.

A lei, no entanto, foi renovada cerca de um mês antes do início dos desfiles deste ano, apesar da presença de uma única escola de torcida no grupo de elite.

Repique
Mancha Verde e Gaviões da Fiel tentaram impedir na Justiça a separação das competições em 2006, mas apenas a corintiana garantiu o direito de competir na elite. Em vez do pentacampeonato, veio o rebaixamento, e a escola chegou até a dizer que abandonaria os desfiles.

"A gente voltou porque os Gaviões já têm 30 anos de história no samba e sempre incomodaram pelo tanto de gente que atraem. Não nos vemos como escola esportiva, mas por causa dessa visão nós precisamos nos empenhar ainda mais. Existe um certo preconceito", disse Flávio Nobre, diretor de Carnaval da escola.

"Depois dessa situação do ano passado, a nossa verba ficou bem menor. Mas a gente acabou criando uma solidariedade entre as três (Gaviões da Fiel, Mancha Verde e Dragões da Real) por causa das dificuldades." Caçula entre as escolas esportivas, a escola são-paulina prefere se manter distante do imbróglio. Por enquanto.

"Atualmente, nossa preocupação é ganhar o Carnaval e chegar no Grupo Especial. Depois a gente vai se preocupar com briga judicial", disse Renato Rodrigues, líder da escola, que desfilou pela primeira vez em 2001.

As torcidas, normalmente associadas a episódios de violência no futebol, ganharam neste ano o direito de voltar a estender faixas e vestir suas camisas nos estádios, o que nunca deixou de ser proibido nas arquibancadas do Sambódromo. Se a Gaviões da Fiel ou a Dragões da Real conseguir ascender ao grupo especial, a liga deverá rever as regras, assegurou o presidente da Liga, Alexandre Ferreira.
 

Reuters

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